Video-Case 14 – De recém-formadas a grandes empreendedoras em diagnósticos

Rose Mary Almeida Lopes

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Duas mulheres vindas do interior para a ainda jovem cidade de Brasília. Recém-formadas, iniciando suas vidas profissionais no fim dos anos 1970. Sandra tinha 26 anos, era casada e tinha um filho de seis meses. Começou a trabalhar no terceiro maior laboratório de análises clínicas da cidade. Naquela época, o trabalho nos laboratórios era todo feito manualmente.

A outra, Janete, tinha um pai fazendeiro, com quem aprendeu desde cedo a negociar e a gostar de negócios. Sediada em Anápolis, Goiás, só conheceu Goiânia quando foi fazer vestibular. Logo que se formou, seguiu para Brasília, “com a certeza de que ia abrir seu laboratório”, esperando se empregar logo, graças a cartas de apresentação que levava. Nada conseguindo, ingressou como estagiária no pequeno Laboratório Planalto, do Capitão Pozzo, no qual Sandra já trabalhava. Disse logo a Sandra que não pretendia trabalhar ali por muito tempo. “Queria montar seu próprio laboratório”.

Chamou Sandra para ser sócia nesse projeto. Também procurou e convidou outras pessoas. Buscou outros caminhos para apressar a realização do sonho, que só se prorrogava. No vídeo a assistir, você descobrirá que pessoas ela convidou para ajudar e que explicações Sandra lhe dava para não se engajar logo no projeto.

O setor de laboratório de análises clínicas era dominado por homens médicos, normalmente ligados a faculdades de saúde. As duas seguiram aprendendo muito, indo além do conhecimento técnico.

Enfim, em 1984, Sandra teve nova conversa sobre negócios com Janete. Tudo se acelerou a partir daí: obtiveram um local, uma sala pequena de 40 m2; no dia seguinte, viram o anúncio de um laboratório à venda. O marido de Sandra sugeriu o nome Sabin para a empresa.

No início, os três únicos funcionários tinham que fazer de tudo. Toda a equipe devia trabalhar arduamente para conquistar credibilidade, partindo do zero, com poucas credenciais iniciais para conquistar o mercado. Em uma época de inflação muito alta, havia muitas dificuldades.

Desde o início, a dupla sabia que queria oferecer serviços humanizados. Foi oferecendo diferenciais: horário de coleta expandido (começando mais cedo e atendendo até mais tarde), postos de coleta, kit de lanche (bombom Sonho de Valsa, pirulito e cafezinho), mais tarde trocado por um famoso pão de queijo.

Janete e Sandra. Fonte: Cristiano Eduardo - Metrópoles

A música foi agregada com criatividade à forma de receber os clientes. Foram inovando, agregando mais tipos de exame, gestão de pessoas… Na região, tiveram o primeiro laboratório a usar computadores e sistemas informatizados com acesso online a resultados de exames.

O Sabin foi conquistando muitos prêmios. As empreendedoras foram se especializando, buscando conhecimento e técnicas de gestão, preparando-se até mesmo para o crescimento e a sucessão. Sandra Soares Costa é hoje a Presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin. Janete Ribeiro Vaz é a vice-presidente.

O Laboratório Sabin é o maior da região Centro-Oeste, com mais de 323 unidades distribuídas por localidades como Distrito Federal, Goiás, Bahia e o eixo Rio-São Paulo. As marcas do Grupo Sabin compreendem: SABIN BIOTEC, SABIN VACINAS, INSTITUTO SABIN, PHD LABORATÓRIO CLÍNICO, CEMAZA LABORATÓRIO CLÍNICO, SANTA LUCÍLIA MEDICINA LABORATORIAL, LABORATÓRIO LABACLEN.

INSTRUÇÕES PARA O EXERCÍCIO

Video: Minha Brasília com as Dras. Janete Vaz e Sandra Costa. No vídeo, as empreendedoras embarcam na Brasília amarela mais famosa da capital brasileira e conversam com Daniel Zukko (Tempo: 25’49”).

Questões

1. Comente sobre os meios efetuais com que as duas empreendedoras iniciaram o seu primeiro laboratório e como elas desenvolveram esses meios.
2. Durante o período em que Janete era estagiária, o que ela fez para facilitar a realização do sonho de ter seu próprio laboratório? Que possíveis parceiros procurou? No que resultaram esses esforços?
3. Destaque o que as duas sócias puderam aprender com o Capitão Pozzo, dono do laboratório em que ambas trabalharam no início. Que oportunidades tiveram?
4. Qual foi a contingência que fez com que as empreendedoras mudassem do kit de bombom, pirulito e cafezinho para o oferecimento do pão de queijo? Que nome tem o princípio de conversão de uma contingência em algo positivo para os negócios?
5. Dê exemplos de como as empreendedoras agregaram outros meios para manter o negócio operando?

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